Aprenda a fazer meditação cristã

Aprenda a fazer meditação cristã

Aprenda a fazer meditação cristã

 

 

 

 

Aprenda a fazer meditação cristã

A meditação cristã é inspirada nos primeiros monges cristãos e, com ela, se aprende a amar a si próprio, aos outros e a Deus.

Por milênios, os cristãos endereçam suas orações a Deus e seu Filho, Jesus. Poucos sabem, no entanto, que há uma outra forma de se relacionar com Eles. Trata-se da meditação cristã, inspirada no costume dos primeiros monges dessa tradição, os chamados “padres e madres do deserto”. Nos séculos 3 e 4, eles abandonavam as cidades e saíam em busca de iluminação nas cavernas da Síria e do Egito. E, por isso, acabaram ocupando uma ala “alternativa”, pouco valorizada pela cúpula da Igreja e que por pouco não desapareceu de uma vez. O que sucedia no escuro das grutas e dentro dos corações desses religiosos é assim resumido por dom Laurence Freeman, monge beneditino inglês que vem anualmente ao Brasil ministrar palestras e retiros em diversas cidades. “Aprendemos a amar, amando, e a meditação é a principal lição pela qual aprendemos a nos amar, amar aos outros e amar a Deus.” Freeman, religioso da Ordem de São Bento, é discípulo e sucessor do compatriota dom John Main (1926-1982), fundador da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã. Foi Main o responsável por fundir, na década de 1970, a tradição monástica da oração com a meditação praticada no Oriente, caminho até então desacreditado e de certa forma marginalizado dentro do cristianismo. Para identificá-la, escolheu a palavra maranatha, que em aramaico, idioma de Jesus, pode ser traduzida por vem Senhor, ou por Nosso Senhor vem, tirada da primeira carta de São Paulo aos coríntios. Ela deve ser repetida do início ao fim da prática.

Os seguidores acreditam que esse é um meio de fazer com que a mente substitua a inquietação pelo ritmo tranquilo da atenção em Deus e esvazie o ego, sempre tão assoberbado pelo acúmulo de desejos. “A finalidade é voltar-se para o nosso centro. Permitir que a repetição do mantra se mova naturalmenteda cabeça para o coração, onde nossa fé nos diz que se encontra o Cristo que ora sem cessar ao Pai”, explica Roldano Giuntoli, coordenador nacional da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, em Vinhedo, interior de São Paulo.

Os benefícios fisiológicos e psicológicos são os mesmos alcançados por meio de qualquer prática meditativa: redução da ansiedade, aumento da concentração, queda dos níveis de cortisol (hormônio do estresse) e da pressão arterial, além do fortalecimento da imunidade. No entanto, como costuma pregar dom Laurence Freeman, mais importante são os frutos do espírito. “Isso significa que, com regularidade e disciplina, o praticante cresce em humanidade, profundidade e amor”, esclarece Giuntoli.

Há cinco anos, a psicóloga e coach Taynã M. Bonifácio, coordenadora regional do estado de São Paulo da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, sente essa paz. “Iniciei minha jornada pelo budismo a fim de amenizar as pressões do mundo corporativo, mas sentia falta da figura de Jesus, indispensável no meu caminho espiritual. Então, descobri a meditação cristã e senti um conforto emocional muito grande”, conta. Para ela, a busca por Deus e pelo autoconhecimento estão ligadas. “Conhecer a si mesmo é conhecer Deus e conhecer Deus é conhecer a si mesmo”, justifica. E isso só é possível, na visão da psicóloga, porque a vertente promove a vivência experencial de Deus, muito diferente da conceitual. “Por meio dela, encontro o Supremo em toda a parte, não só na igreja. Pude restabelecer o contato verdadeiro com minha essência e aprendi a olhar cada dia como uma folha em branco e a me perguntar em face das situações que a vida me coloca: ‘O que Cristo faria em meu lugar?’. Não importa a resposta. O gesto de parar e refletir evita uma atitude brusca, de quem vive no piloto automático.”

 

 

 

1. Posição: Sugere-se que mantenha uma postura confortável, com a coluna reta, para facilitar a respiração, e os olhos fechados.

 

2. Respiração: Deve ser feita pelo nariz, de forma lenta e profunda. Ao ritmo dessa respiração, você repete um mantra (palavra), que pode ser o nome de Jesus ou qualquer frase da Escritura que te faça sentido. (Por exemplo, "Jesus" ao inspirar e "tem piedade de mim" ao expirar).

 

Sugestões de mantra: 

"Vinde, Senhor Jesus", "Purifica-me, Senhor Jesus", "Jesus, tem piedade de mim" ou mesmo "Jesus".

 

3. Distrações: Se vierem pensamentos ou imagens, considere apenas como distrações e retorne para o seu foco (a respiração e o mantra).

 

4. Frequência: Aconselha-se que a pessoa medite duas vezes ao dia, durante pelo menos 20 minutos cada. Comece com 5 minutos e vá aumentando o tempo conforme você sinta necessidade, até conseguir fazer 20 ou 30 minutos. Todo aprendizado requer muita prática. Se desejar, use o cronômetro, pois ajuda a criar disciplina.

 

5. Persevere e verá o quão maravilhoso e único são esses momentos diários de intimidade com Deus.

 

Oração de John Main para a Abertura do período da Meditação:

Pai Celeste,

Abri nossos corações para a

silenciosa presença do espírito de Vosso Filho.

Conduzi-nos àquele misterioso silêncio,

onde Vosso amor é revelado a todos os que chamam.

Maranatha.

Vinde, Senhor Jesus.