
4. O processo
Embora seja uma forma de oração extremamente simples, a Meditação pressupõe um aprendizado em sua prática. Nesse aprendizado, a prática é o melhor professor e cada pessoa é o melhor mestre em sua experiência.
No entanto, algumas considerações poderão orientar a prática da Meditação Cristã, para quem está começando a trilhar esse caminho.
4.1. O Lugar:
Este tipo de oração, pressupõe um ambiente que favoreça o recolhimento e que facilite o silêncio interior, este sim fundamental, mas também certamente influenciável pelo silêncio exterior. Quando Jesus aconselha a entrar no quarto e fechar a porta para rezar, aí certamente podemos perceber este convite à interiorização e este recolhimento que é condição.
Por isso, seria aconselhável que o lugar da meditação fosse um lugar escolhido com cuidado e que esse lugar fosse consagrado para isso, de preferência, apenas para isso. Um espaço agradável, confortável e acolhedor, silencioso e ventilado, preservado de distrações ou de interrupções inoportunas.
4.2. A Posição:
A melhor posição para meditar… é aquela que ajudar você a permanecer o mais imóvel possível e ao mesmo tempo o mais desperto possível, durante todo o tempo da meditação! Seja sempre esta a regra número um! A quietude do corpo é o primeiro passo para que o coração e a mente se aquietem e por isso a posição tem muita influência. Uma segunda pista, fundamental, é manter a coluna reta. Essa postura ereta facilita a respiração e o fluxo de energia no corpo e isso é primordial para todo o processo de tranquilização do corpo e das emoções. Por isso, você pode rezar sentado, de joelhos, em pé e, sobretudo, na posição de lótus, isto é, com as pernas cruzadas e os dedos abertos.
4.3. O Tempo:
Aconselha-se, tradicionalmente, que a pessoa medite duas vezes ao dia, durante pelo menos vinte minutos. O ideal parece apontar para os trinta minutos em cada período. No início, cinco minutos podem parecer uma infinidade e dez minutos um ato sobre-humano. Com a prática, trinta minutos é um tempo que a pessoa nem sente passar. Sabemos muito bem como o tempo é relativo e tanto depende do amor que colocamos e experimentamos naquilo que vivemos.
Será útil, antes de começar a meditar, determinar o tempo que você vai permanecer em oração e ser fiel ao combinado! Assim como convém que a meditação aconteça todos os dias no mesmo horário. Isso vai ajudando a criar ritmo e em poucos dias o hábito adquirido será uma ajuda subsidiária para melhor vivermos nosso ritmo pessoal de meditação diária.
Quanto ao horário, vale novamente a experiência e o ritmo de vida de cada pessoa. Uma boa sugestão seria meditar pela manhã e no final da tarde, ou à noite antes de dormir. Meditar pela manhã ajuda a pessoa a centrar-se logo no início de seu dia e a presença de Deus aí experimentada será uma companhia durante as atividades que vêm pela frente. Ao longo do dia vamos percebendo e saboreando os frutos desse momento de comunhão com Deus. Meditar no final da tarde ajuda a fazer uma pausa em Deus, depois das tarefas do dia, como quem se aconchega no coração de Deus para refazer as energias desgastadas. Meditar antes de dormir teria também esse mesmo efeito e ajudaria certamente a ter um repouso mais tranqüilo através de um somo mais profundo pois, como já nos lembrava João Cassiano, é bom que o sono nos encontre repetindo nosso mantra.